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Campanha do Agasalho 2009

Monday, January 04, 2016

Partida do Ano de 2015 e chegada do Ano Novo de 2016


Em casa da minha mãe nunca demos grande importância ao ano
Novo.
Talvez, porque corria sempre mal.


Naquela altura do calendário era comemorado com uma fatia de bolo-rei, tentando ficar com o brinde nele existente, que diziam há muito ser sinal de boa-sorte e uma taça de champanhe.


É certo que havia uma certa agitação entre nós.
É certo que procurávamos reunirmo-nos em sua casa. Transmitia maior segurança e um certo bem-estar. O que era certo é que aquilo acabava sempre mal. Sim! Sem volta a dar-lhe.


O Natal era tudo para nós que conseguíamos, à volta da fogueira, contarmos histórias da vida marcantes e desejáveis, sem cansaço e sempre alegres e bem-dispostos.
A Festa de Passagem do Ano nunca lhe prestávamos grande importância ou riscávamo-lo do Calendário sem pena dele.
Pensávamos todos nunca vivê-lo porque as posses monetárias do meu pai e de minha mãe eram sempre escassas e, eles lutavam com fulgor e notória impetuosidade em que tudo corresse pelo melhor.
Era sempre o mesmo. Repetia-se, cada vez, que passava sem grandes melhorias. Marcávamos uma presença juntos até o sino da Igreja baladar , ao ritmo de imensos desejos formulados, comendo passas e, mais passas, inofensivas até mudar o Ano.
Eu, conversava muito com Ele. Falávamos um pouco de tudo e tratávamo-nos por Tu. Era meu amigo. Eu dizia-lhe: - Oh, Maravilhoso Deus porque não Ajudas a nossa família? Ele nunca falava. E, eu nunca compreendi essa atitude Dele.
Eu, era pequeno. Um belo rapaz aos olhos da minha mãe. Afável. Doce, compreensível com todos. Mantinha-me sempre nas graças Dele por ser assim como era.
António Pena Gil