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Tuesday, December 12, 2017


Conversando Com A Minha Casa! Com O Meu “Refúgio” Oculto!



Olho a minha casa com ternura. No seu balcão que me dá vida e distinção. Separando as várias dependências há imensas portas. As portas abrem e fecham como que justificando a sua existência.

As portas deveriam não existir. Provocam uma sensação de divisão na família que me desgosta profundamente. Estão dispostas na sua majestade de quem as abram e as fechem.

Habito num “hangar” misterioso e desconhecido no seu subsolo. É um refúgio. É onde fico de bem com as pessoas que o preenchem. Pessoas repletas de boas intenções. Só acredito” nelas. São exclusivas minhas e escondem os seus segredos irreveláveis. Por serem intransmissíveis. Morrerão comigo. Quando as contam.

Há paz. Há harmonia. Há beleza.

Fui eu que lhe dei vida. Hoje, sinto-o presente. Visível de enternecer. Sim! Quando há proteção quando escrevo. Entrincheiram-se em tudo o que sou. Em tudo o que enceto fazer.

Tudo é secreto ali. As estantes estão repletas de livros de nada. Fazem-me companhia. Possuem o Don de fascinar e maravilhar.

Estou ali ausente de tudo e de todos.

O meu refúgio abarca-me e sente-me. Comunica, sofregamente e ansiosamente entre si.

Falam-me e eu escuto atentamente. Expressam o que vai nele. O deleite e a felicidade de estar vivo. Os meus sonhos de pureza e fabulosos são para vós. Para a vossa importância que transmite paz e amizade.

O meu refúgio é meu. É de Deus. É uma “conquista” inesquecível. Um lugar repleto de sonhos e histórias vividas e por viver.

Quando desço as inúmeras portas secretas sinto que alguém está a vigiar o meu Ser. O meu sentir que pensa. Que transforma a delícia do mundo.

A magistral ignorância protegida do que sou.

Posso sorrir. Permitem-me existir com verdade e magia do que executo com paixão. Amor. Carinho.

No subsolo da minha casa sinto-me livre. Posso pensar. Posso “adornar” o meu eu com fantasia e delírios constantes. Ninguém escuta. Ninguém liga nada ao que faço com o meu coração visível e otimista. Estou bem.

Posso “folhear” as páginas do Universo em absoluto silêncio e pacatez.

Possui “cifras”. É composto de códigos para ter acesso a ele. Que só eu sei. Que sou eu deslumbro.

Entrar nele é algo mais de simbologia agradável e de gratidão. Nunca o esquecerei. Diz-me tanto e tanto.

É composto de atitudes sensatas e sóbrias. A lucidez não me “fugiu”. Nunca me abandonou. Nunca abandonou o meu estar nos confins do encanto e sobrevivência de fascínio e maravilha.

Falo com ele e ele fala comigo. Somos inseparáveis há muito. “Guerreiros” da imensidão e vastidão da privacidade e segurança nos gestos lindos que penso e que concebo para vós.

Daqui vislumbro o Planeta fundindo-se no Firmamento das minhas estórias que conto.

Por pensar muito. Por sentir na plenitude que me suscita apreço e que tento expressar com responsabilidade e amizade.

Aqui não existem portas. É um alçapão de luz formosa que incendeia o meu ser.

Posso ver o céu. As estrelas. Os planetas. As galáxias que me preenchem.

É meu. Muito meu.

Converso com a minha casa! Com o meu “refúgio” oculto! Com um inequívoco amor e deslumbre que me deixa ser como sou. Pensar como penso. Ser como sou. Estar como estou.

É divinal.



Está bem, assim?



António Pena Gil



Sejam felizes, sim, amigos extraordinários?